QUE FAZER COM OS DONS ESPIRITUAIS?

por SUELI CAJERON
O povo da cidade de Corinto tinha se convertido das religiões pagãs para o cristianismo. Estavam acostumados com a idolatria. Paulo afirma que eles eram antes guiados aos ídolos mudos. Achei interessante a expressão usada na tradução NVI para o texto de I Coríntios 12:1-3: “Vocês… eram fortemente atraídos e levados para os ídolos mudos.” Logo em seguida Paulo afirma que ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor” a não ser pelo Espírito Santo. Enxerguei aí o fato de que fomos atraídos também, e fortemente atraídos, a Deus pelo Espírito Santo. Foi Ele que nos guiou até Deus e deve continuar a nos dirigir. É importante que aqueles que foram atraídos a Deus continuem atentos às coisas espirituais. É por isso que Paulo escreve aos coríntios: “Não quero que sejais ignorantes a respeito das coisas espirituais”. Assim se inicia este capítulo de I Coríntios, que é conhecido por tratar dos dons espirituais e do tema “corpo de Cristo”, a igreja.
Paulo esboça a seguir um assunto amplo: há dons diferentes, mas um só Espírito; há ministérios diferentes, mas o mesmo Senhor; há atuações (ou operações) diferentes, mas o mesmo Deus é quem opera. E todos os dons, ministérios e atuações são usados pelo Espírito Santo para se manifestar, visando o bem comum do corpo. Ele os distribui a cada um, como quer.
Para que servem os dons e talentos que Deus nos tem dado? Lembremos que, seja por natureza ou por formação, todos temos capacidades, talentos que nos foram concedidos por Deus. Para que os temos? E se, agora, convertidos ao Senhor pelo Espírito, somos também presenteados com dons espirituais, para que os recebemos?
Os versículos 12 a 27 descrevem a conhecida comparação que Paulo faz entre a igreja e o corpo humano. Volte ali e releia. Somos um só corpo, bebendo de um único Espírito, e dependendo uns dos outros. Nenhum membro do corpo de Cristo é independente. Os dons que temos, naturais ou espirituais, foram dados para que sirvamos ao corpo, sirvamos ao nosso próximo. O objetivo dos dons, segundo o v. 25 desse mesmo capítulo 12, é que (por dependermos uns dos outros) não haja divisão no corpo, antes tenhamos cuidado uns dos outros. Os dons servem, em última análise, ao exercício do amor, ao qual Paulo vai dedicar toda a seção seguinte de sua epístola, o conhecido capítulo 13 de I Coríntios. Somos portanto um corpo, composto por muitos membros, que devem servir e cuidar uns aos outros.
Uma igreja viva tem de ser sensível à voz do Espírito de Deus, o doador dos dons. Cada um exercendo seus dons ou ministérios. Cada um cuidando do outro. O amor é enxergar o outro. Não enxergamos o outro na carne, mas no espírito. Nossa natureza carnal é como um grande espelho à nossa frente, mostrando o EU MESMO o tempo inteiro. O amor de Deus quebra esse espelho do egoísmo. Isso é obra do Espírito em nós. Os dons espirituais não são para nos destacar ou elevar acima dos outros, mas para abrir portas em direção ao outro, ao próximo que precisamos amar como a nós mesmos.
Os dons, em si mesmo, nada realizam, a não ser que olhem para o cuidado do outro. Jesus, nosso grande exemplo, possuía todos os dons e ministérios nele mesmo, pelo Espírito, mas sua obra não aconteceu senão quando o AMOR abriu a porta e ele se DOOU por nós na cruz. Assim precisamos, nós também, permitir que o amor maior de Deus quebre o espelho do egoísmo que nos isola e abra a janela de nossas vidas para enxergarmos a obra que Deus quer fazer através de nós na vida de nosso irmão.
Pra. Sueli de Jesus Cajeron
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