ESCONDIDO, COM DÚVIDAS E INSEGURO

por SUELI CAJERON
Hebreus 11:32-34 – Gideão consta da galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11. Podemos supor que o autor da epístola pensava nele quando escreveu: “… tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros.”
Isso nos faz pensar em um general cheio de bravura e coragem. A maneira como Gideão escolheu seu exército (os Trezentos de Gideão!) é famosa – muitos têm pregado sobre esse texto.
Mas, será que Gideão era mesmo um homem corajoso, diferente dos demais mortais? Para saber quem era Gideão vamos rever sua história nos capítulos 6 e 7 de Juízes.
O povo de Israel enfrentava a ameaça de um inimigo difícil de enfrentar. Os midianitas eram um povo nômade, que dispunha de camelos, o que fazia com que seus ataques fossem imprevisíveis e sua fuga muito rápida. Esperavam os israelitas plantarem e, quando estavam prestes a colher, os midianitas vinham, “…acampavam na terra e destruíam as plantações… não deixando nada vivo em Israel…” Por isso os israelitas se escondiam nas cavernas e fortalezas (Jz 6:2).
Como o restante de seu povo, Gideão também tinha medo dos inimigos. Jz 6:11 nos diz que ele estava malhando o trigo escondido, num tanque de prensar uvas. É aí que o Anjo do Senhor aparece a ele. E a primeira coisa que Gideão faz é expressar suas dúvidas: “Se o Senhor está conosco, porque aconteceu tudo isso?” “Onde estão as maravilhas que o Senhor faz?”
Quando o anjo se volta para ele e ordena que vá libertar Israel ele se justifica dizendo: “… sou o menor de minha família (que já é sem importância em Israel).” Além de medroso e duvidoso, ele não tinha uma imagem positiva de si mesmo.
E, quando o senhor lhe garante que irá com ele e os inimigos seriam derrotados como se fossem um só homem, ele ainda, para garantir, pede um sinal, para ter certeza de que era mesmo o Senhor…
Depois disso Deus lhe ordenou que destruísse o altar de Baal, e ele o faz durante a noite, “com medo de sua família e dos homens da cidade”. Quando descobrem que ele fez isso, Gideão deixa seu pai defendê-lo.
E não parou por aí. Em Jz 6:36-40 vemos o conhecido relato da “lã”. Gideão diz a Deus: “Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste”… Ele quer provas! E já sabia que era Deus falando…
O que me impressiona em todo esse relato é a serenidade e paciência de Deus para com Gideão. E, igualmente, o quanto eu me pareço com ele.
Se Gideão se escondeu, eu também (nós, na verdade), me assusto com o barulho e as ameaças do inimigo muitas vezes. E me escondo, não me arriscando a novos empreendimentos em minha própria vida e na obra do Senhor. É assim com você?
Se Gideão duvidou, também duvidamos e questionamos a Deus: “O Senhor nos tirou do Egito mas agora nos entregou nas mãos de Midiã…” Jz 6:13 Olhamos para trás, vemos os feitos de Deus em nossa vida, mas duvidamos que ele esteja cuidando e que seus feitos se repetirão hoje.
Se Gideão tinha uma baixa expectativa de vitória por causa de sua imagem negativa de si mesmo, que diremos de nós? Quantas coisas estamos deixando de fazer, de começar, de arriscar, porque não nos achamos capazes ou merecedores?
Se Gideão demonstra sua insegurança pedindo um sinal de que era Deus mesmo que lhe falava, nós também não ficamos buscando confirmações de Deus em pregadores, em caixinhas de promessa ou em conselhos para depois aceitarmos os desafios que Deus nos propõe? “É isso mesmo, Senhor?”
Finalmente, depois de organizar seu exército segundo a orientação do Senhor, Gideão está pronto para o ataque (Jz 7:8-9). Mas, como Deus conhecia bem a Gideão, ele ainda o ajudou: “Se você está com medo de atacá-los, desça… e ouça o que estiverem dizendo. Depois disso você terá coragem para atacar.” (vss 10-11)
Deus é assim misericordioso comigo e com você. Ele conhece nossas fraquezas – medos, inseguranças, baixa autoestima, dúvidas – e sabe que somos pó. Muitas vezes tenho me lamentado com Deus dizendo: “Não sou tão forte quanto o Senhor parece pensar!” Mas Ele tem me respondido com as palavras que Paulo ouviu dele e deixou registradas em 2 Co 12:9-10: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.”
A lição para Gideão era: “Você não precisa de 30.000. Com 300 minha força será reconhecida, e não a sua.” A lição para nós, hoje, é a mesma: “Tenho algo para você fazer, mas a força será a minha. Deus tem um propósito de serviço para cada um de nós e, provavelmente, estamos deixando para depois, por conta de medo, dúvida, insegurança. E tudo que precisamos fazer é obedecer!
A opressão do povo era consequência de terem desobedecido e adorado outros deuses. A libertação veio pela obediência, por tirarem os deuses estranhos de seu caminho. Talvez estejamos pensando em tudo que não conseguimos realizar ainda em 2019, nesta década ou em nossa vida toda. Experimentemos derrubar todos os altares e postes-ídolos da desobediência em nossa vida e confiar completamente no Senhor, aceitando os desafios que Ele nos tem proposto em nossa vida pessoal e em nossa vida de serviço para Deus. A glória da vitória será toda dele.
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